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Assisti no fim de semana o filme Na natureza selvagem. Diferente da maioria das pessoas, não fiquei com vontade de ir para o Alasca e tô muito longe de sequer pensar em desprendimento da maneira como ele viveu. E não foi só desprendimento material, mas emocional também.
A verdade é que não me conformo. Não me conformo que ele não tenha tentado atravessar o rio, eu morreria tentando. Ou caminharia, até ver se encontrava o fim, poderia se perder, mas estaria tentando. A verdade é que essas seriam as minhas escolhas. Ele optou por outra, foi a errada. As minhas também poderiam ser. Talvez ter ido para lá foi um escolha errada, mas a vida é assim, se formos buscar razão em tudo, aí já não somos.
Mas não me conformo que ele não tenha vivido um amor, e descobriu que a felicidade só é compartilhada quando completa. Não deu tempo. Não me conformo, pois tenho uma gana de viver muito grande, não desistiria. E ele parecia ter essa gana também. E não me conformo com o destino, acaso… nunca apareceu ninguém, porque duas semanas depois que ele morreu apareceu? Por que não foi antes? Fiquei impressionada e com vontade de ler o livro, pois ele tinha pensamentos bem profundos…
Descobri que essa minha persitência em lutar pela vida – ainda que alguns dias eu vejo ela passando quase que desperdiçadamente – vem de família. Hoje visitei meu avô materno no hospital. Três infartos consecutivos aos 80 e poucos anos, no total cinco em toda sua vida. Estava muito mal na uti. Tive a sorte de hoje encontrá-lo no quarto, bem, fazendo piadinhas, rindo e cobrando que a terceira neta mais velha se case (no caso, eu). O seu coração, que sempre foi considerado fraco, começo a desconfiar que é bem forte.
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